Esta exposição surge do apelo em diferentes países da América para criar uma ponte entre os dados e a materialidade da realidade. Uma forma de humanizar a informação, torná-la tangível ou, em outras palavras, viva e senciente. Por isso, utilizamos a Futurologia e o bordado para questionar e refletir sobre o futuro em 2050.
Apontar para o passado é um ponto no bordado que utilizamos neste processo como escudo e nome desta exposição. Bem, para imaginar o futuro, tivemos que girar a agulha e vasculhar experiências, sonhos, medos e informações que nos dariam vislumbres do que está por vir. Tivemos que recorrer à nossa história, ao passado que nos trouxe a este presente e levanta a incerteza do futuro.
O bordado hoje continua sendo uma prática que resiste e é um meio de resistência. É um ato político realizado por mulheres que buscam ser ouvidas e reconhecidas, oferecendo um espaço de expressão artística sutil onde a própria marca é impressa nos objetos que cercam nosso cotidiano em uma sociedade cada vez mais digitalizada e isolada pelos dispositivos eletrônicos .
Por isso trazemos esta exposição como resultado das diferentes sessões de bordados em que pensamos, cerzimos e sonhamos com futuros possíveis e até inimagináveis. Onde criamos cada uma destas peças com as nossas próprias mãos como um ato radical de ternura e cuidado.
As visualizações de dados expostas são informações que nos ancoram ao presente e questionam as ações que estamos realizando neste preciso momento e que serão refletidas no futuro, esperançosamente não tão distópicas como em muitos cenários com presentes caóticos.
